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EM DEFESA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - 10/03/2017 12:21:49

Na última 4ª Feira (08/Março/2017), mesmo fazendo uso de seu direito constitucional à livre manifestação de opiniões, o deputado federal pelo Rio de Janeiro, Rodrigo Maia (DEM/RJ), manifestou-se de forma no mínimo lamentável ao defender que a Justiça do Trabalho "sequer deveria existir". No 2º semestre do ano passado (2016), uma dos grandes expoentes do Supremo Tribunal Federal - STF, o Ministro Luís Roberto Barroso, do qual nós do Rio de Janeiro ficamos orgulhosos pela escolha daquela brilhante jurista fluminense compor a mais alta corte do país, enfatizou em um julgamento, que quando os humildes dizem que vão buscar seus direitos, é notário que o fazem na Justiça do Trabalho. Vale dizer que em todos os outros ramos da justiça brasileira, seja para ricos ou para pobres, se faz ou pelo menos se busca fazer justiça, porém é nas cortes trabalhistas, que tal fato é notório por parte dos menos favorecidos. Apenas com fito de ratificar a infelicidade das declarações daquele deputado que representa parte do eleitorado do Rio de Janeiro, ele no uso da palavra acusou que em razão de algumas decisões proferidas por magistrados trabalhistas, o setor de bares e restaurantes do Rio de Janeiro estava quebrado. É cristalino que a economia tanto do Brasil como do Rio de Janeiro está quebrada por causa da irresponsabilidade não dos juízes trabalhistas, mas pela desonestidade de alguns de nossos políticos, vide operação lava jato, na qual o deputado Rodrigo Maia, infelizmente é um dos citados. Torço para que as investigações não apontem qualquer envolvimento do mesmo, porque nós cidadãos do Rio de Janeiro já estamos muito envergonhados com alguns representantes que elegemos, notadamente os que já estão na cadeia. Voltando à Justiça do Trabalho, cumpre noticiar que a 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 03ª Região (MG), confirmou decisão de 1ª instância que condenou um restaurante a devolver a seu garçom, valores que lhe eram descontados do salário a título de uso (por parte dos clientes do próprio restaurante) de máquina de pagamento com cartões das despesas de consumo do estabelecimento. Foi a Justiça do Trabalho que acabou com essa injustiça. Hoje cerca de 7.000.000 (Sete Milhões) de brasileiros não estão podendo sacar seu FGTS, simplesmente porque não estão depositados. Será na Justiça do Trabalho que esse deputado gostaria que não existisse mais, que esses trabalhadores ludibriados, conseguirão fazer valer seus direitos. Semestralmente, o Ministério do Trabalho e Emprego atualiza sua lista de empresas que ainda se utilizam, vergonhosamente, de mão de obra análoga a de escravos e será na Justiça do Trabalho, que esses "escravos" farão fazer valer seus direitos! Não tenho dúvidas que em uma pesquisa de opinião pública realizada em todas as camadas da sociedade, a Justiça do Trabalho obteria grau de confiabilidade muito maior do que o dado aos políticos, porém, fato é que em uma democracia, da mesma forma que a Justiça do Trabalho, também a classe política formada por cidadãos íntegros é indispensável para o país. Viva a democracia. Viva a Justiça do Trabalho!